AS MÃOS DE MEU PAI
As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já da cor da terra
- como são belas as tuas mãos
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram da nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, essa beleza que se chama simplesmente vida,
E, ao entardecer, quando elas repousam nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente, vieste [alimentando na terrível solidão do mundo, como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah! como os fizeste arder, fulgir, como o milagre das tuas mãos!
E é, ainda, a vida que transfigura as tuas mãos nodosas...
essa chama de vida – que transcende a própria vida
... e que os Anjos, um dia, chamarão de alma.
Mário Quintana
(E para quem tem cinco filhos e a mãe, não precisa chamar mais gente para fazer uma festa!)
7 comentários:
Belo poema.
E gostei do seu blogue!
Oi, Lê. Mudou de endereço de novo? Por que não avisou na lista?
Um abraço.
PS - Familia grande, hein? Muito bonito!
Ma chère amie.
Viva seu Pai.
Saúde, Paz e Bem.
Amitiés,
Beto.
Link atualizado.
Bises,
Beto.
"é nóis".
\\\o
Ois! Obrigada, obrigada! Não avisei da mudança do blog, porque eu não sou de fazer propaganda direta de mim mesma (no fundo eu sou tímida) rsrsrs =)
Meu Quintana preferido - há pouco tempo mandei num e-mail para o meu pai.
Parabéns para vocês.
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