domingo, 11 de março de 2007

Depois do dia da mulher

No dia internacional da mulher eu escrevi um pseudo-texto, apaguei tudo. Começava lembrando que eu nunca gostei muito desta data politicamente correta. Depois lembrei de um texto do Carpinejar “O que uma mulher quer”, que ele leu no Sempre Um Papo, com aquela ênfase que lhe é própria. Mas o livro está encaixotado com outros há duas, três semanas esperando mudança acontecer. E depois de uma rotina estafante, quente, e de preocupação com o pedreiro que não terminava nunca o serviço, não queria escrever mais nada. Então que, na volta pra casa, meu pai pediu para passar numa floricultura “pra quê?” (eu) “comprar uma flor pra tua mãe!”. E surpreendi-me: estava entupida de homens comprando flores às suas mulheres. O pai mesmo comprou uma linda orquídea branca e um cartão. Meu cunhado no mercado comprou uma flor mais singela, e disse que está progredindo. Alguns podem até dizer que é a apelação da data, etc. Não sei, só sei que é preciso espontaneidade e sinceridade no gesto, e foi o que eu percebi naquele bando de machos escolhendo uma flor. Meu pai olhou pelo menos umas dez, até encontrar a mais bonita. Não, eu não ganhei flores, eu é que dei um simples bombom, pelo carinho e apoio que recebo do meu homem.

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Ainda

Dia 8, sem sono, fiquei vendo tevê. Observei que no dia internacional da mulher pululam feministas, além das cenas de mulheres que apanham dos maridos ou companheiros. Pouco mostram a mulher comum, que tem a seu lado um homem e se sente completa com ele, o quer a seu lado, e busca nele aquela segurança do macho, nem que seja num simples abraço. Ela sabe que atualmente sozinha ela consegue muitas coisas que anteriormente uma mulher dificilmente conseguiria. Só que ela não quer estar sozinha na conquista. Acredita na união divina do homem e da mulher. Essa mulher não tem ibope. É verdade que eu também pouco vejo tevê. Parei numa entrevista de uma filósofa num canal local. Não recordo nem qual era o canal, nem o nome dela, que já apareceu várias vezes na telinha. Ah lembrei, ela fez ou faz o “Saia Justa” (precisa dizer mais?). Entre outras coisas, ela disse [mais ou menos isso] que a mulher precisa ser vista como pessoa, conseguir as coisas porque é uma pessoa e não porque é mulher. Ou seja, pelo que entendi, antes de tudo a mulher é uma pessoa [o que é óbvio], mas o fato de ser mulher não pode ser um atenuante. Ou estou muito enganada ou essa lógica, válida para equiparação de salários, que foi o exemplo apresentado, mas remete justamente contra a conquista das mulheres até aqui, dos direitos femininos, etc, etc. Seria a anti-mulher. Daí me bateu um sono e eu fui dormir como uma mulher comum.

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Não custa lembrar
Especialmente aos homens jovens, que a mulher “conseguiu seu espaço na sociedade”, mas a gentileza masculina ou o cavalheirismo não saiu de moda.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Esquisitices

Às vezes gosto de ficar triste de propósito. Não a tristeza dos fatos, nem de depressão, não. Mas uma tristeza de recolhimento, descendo no mais profundo da alma, como se caísse igual ao Gandalf naquela cena do Senhor dos Anéis em que ele cai num precipício lutando com um demônio, e a gente pensa que ele morre.

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Metaforizando

Quaresma é um tanto isso: cair arranhando as laterais da alma e depois ressurgir para a vida.