domingo, 18 de abril de 2010

A piedade moderna e a prostituta


Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal a um só destes pequeninos. Tomai cuidado de vós mesmos. (São Lucas 17,2)

Pequena introdução: quando acontece um escândalo na Igreja (Católica) é como se queimasse a própria carne do Católico (não de todos, lógico, alguns até gostam!), de tanto que dói. Dói ver a própria Igreja ser tão machucada, vilipendiada, a partir de dentro. Por fora, já estamos acostumados a levar bordoada, a Igreja é atacada mesmo sem ter motivo algum, só pelo fato da sua milenar e inconveniente existência. Ponto, parágrafo.
A Igreja está combatendo a pedofilia do lado de dentro, purgando a própria carne, expondo-se como aquela prostituta que quase foi apedrejada. Não era para menos. E daí outros se preocupam com o... celibato, querem o fim do celibato! Sabe aquela coisa do quanto pior, melhor? Tem gente, católico inclusive, que espera o erro da prostituta com pedras nas mãos. Estivessem realmente preocupados com crianças e adolescentes, mas que!, desejam é a desmoralização total da Igreja. Estivessem realmente preocupados com crianças e adolescentes, iriam protestar também contra escolas, aliás, por que não pedem o fim das escolas?
E por acaso faz parte do perfil do pedófilos o celibato? Ah ta, considerando a cultura sexual atual, um casto só pode ser um complexado, um tarado em potencial... Digamos que a Igreja viesse a decretar o fim do celibato - e Ela pode por outros motivos - os iluminados passariam a defender a Igreja, a comungar da sua doutrina, a defender o Papa? Ora...! E por acaso o fim do celibato faria alguma diferença para os religiosos pedófilos? Por acaso o celibato não requer antes a castidade (que novidade, os Padres antes de celibatários devem ser castos!)? Se fosse o problema do celibato, por que Padres pedófilos não procuraram pessoas (eu ia dizer mulheres...) adultas? Ora...!
Arrisco-me aqui a colocar a questão num plano de lógica (a modernidade não parece gostar disso): a pedofilia não tem haver com o celibato, porque há outras formas de resolver este "probleminha" sem atentar contra um jovem ou uma criança, mesmo que atentando contra a castidade. Qual é o mal maior, visto que as duas coisas são más? Pecar contra a castidade é um pecado grave (para todos, não só para Padres), mas pecar contra a castidade E contra um ser inocente (os pequeninos) é muito pior, mas um pecado não condiciona o outro e o celibato não condiciona nenhum dos dois. O pecado contra a castidade é um problema individual (e bem fora de moda né); a pedofilia é imoral, um absurdo para mentes sadias e é crime.
Discutir o celibato, ou o fim dele, é desviar o assunto para macetar a Igreja no que é um dogma seu, portanto assunto exclusivo. Então, por que a "preocupação" dos não-católicos (ou anti-católicos)? É compreensível a preocupação - e a crítica, a exigência de explicações e prevenção - pública sobre os casos de pedofilia na Igreja, assim como é legítima a preocupação dos pais sobre este assunto no ambiente escolar. A Igreja está dando sua resposta, o Papa dando sua cara à tapa. Mas, não importa a resposta pública que a Igreja dê e como já disse com outras palavras, os iluministas modernos querem a cabeça da Igreja. Tais empresários da moral moderna teriam apedrejado a prostituta*, esta é a piedade moderna.

*eu li esta frase em algum lugar, achei adequada.

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Taí, gostaria de ver na imprensa uma pesquisa sobre o perfil - inclusive sexual - de um pedófilo. Como mãe, interessa-me. Qual o seu padrão, suas preferências? A forma de “ataque” já vi em reportagens diversas na tevê, mas não me recordo de informarem o perfil. Mas sem o ranço politicamente correto e histérico que atacou o Cardeal Bertone.

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Achei perfeita a expressão “empresários morais”, deste ótimo artigo aqui: O que está por trás dos escândalos

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A diferença de Pedofilia e Efebofilia

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Caminho para combater pedofilia – comentário do Pe. Paulo Ricardo

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Cem anos de Pedofilia – Olavo de Carvalho (um artigo de 2002!)

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Aproveitando o espaço, notícia bem interessante que saiu na Zenit (parece que não tem haver com o assunto, mas tem, já que quanto mais vulnerável o jovem/criança, mais fácil para um pedófilo): Pediatras americanos: “Não estimulem a confusão sexual entre os adolescentes”

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Para acabar citando um pedacinho do excelente artigo "A pobreza do mal" (da Dicta nº 4) que li ontem, não tem relação direta com o assunto do post, mas é adaptável:

"Ironicamente, contudo, o hábito de se enxergar pessoas como exemplos de abstrações políticas ao invés de se olhar para a sua realidade concreta como indivíduos foi uma das causas mais poderosas da assustadora violência política do século passado. Matar um inimigo em virtude da raça ou classe à qual pertence é mais fácil do que matar o Sr. Smith ou o Sr. Jones. A própria extensão do massacre servia para assegurar àqueles que o cometiam de que estavam a serviço de algum propósito mais elevado, pois, caso contrário, jamais teria sido levado a cabo."

sábado, 3 de abril de 2010

O Homem do Sudário


Foto de um dos painéis da exposição que explicava a coroa - na verdade um capacete - de espinhos colocada na cabeça de Jesus.


Um programa para a Páscoa em Curitiba: exposição “Quem é o Homem do Sudário”, com fotos,  explicações científicas e reprodução do sudário em tamanho natural e em holograma.
Muito bacana pelo conhecimento desta relíquia e também pela experiência de estar mais próximo do sacrifício de Jesus na Cruz.
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Muitos acham que a Sexta-feira Santa é um dia triste e não gostam deste dia e/ou não entendem como católicos lotam as Igrejas... serão os Cristãos uns sadomasoquistas? Claro que não. Este não é um dia de tristeza, mas de recolhimento, de reflexão, de se curvar diante de Jesus na Cruz. Não há ressurreição sem morte e viver a Páscoa é viver todo o Mistério Pascal, e não focar somente na Sexta-Feira Santa.
Lembro da frase do Papa Bento XVI quando ainda era Padre, citada no ótimo e didático Podcast pelo Pe. Paulo Ricardo: "Não tem direito de cantar aleluia na manhã de Páscoa aquele que não chorou seus pecados na sexta-feira Santa."
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Neste podcast o Padre Paulo Ricardo fala sobre a diferença do ano liturgico e do ano civil e de como participar bem da celebração do Tríduo Pascal. Vale a pena ouvir.
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Agora o que eu acho engraçado na na Sexta-Feira Santa é que o dia virou quase sinônimo de "bacalhau"; muitos não comem carne para fazer um prato com bacalhau, que é caro!, esvaziando todo o sentido da penitência. A pessoa não come um bife, um presunto, mas se empanturra de bacalhau (ou camarão, ou salmão, etc), acompanhado de cerveja ou vinho branco, e é a única "penitência" que faz, porque depois de toda comida fica difícil participar da Celebração da Cruz...

Era isso, feliz Páscoa!!!