terça-feira, 17 de julho de 2007

Ainda, pergunto-me: há clima para PAN? Eu fiquei me policiando para não ser muito crítica, porque não sou tão entusiasta com esportes, não que seja contra, mas não acredito na idéia que o esporte salva (pode até salvar um e outro, mas não acredito que possa ser usado como pedagogia geral). Enfim , o assunto não é esse agora. Então, há clima para o PAN e para qualquer comemoração? Não! É como se estivéssemos dançando de luto.
Pelo amor de Deus! Quantas pessoas ainda precisarão morrer? É o segundo, segundo acidente grave com avião por causa da infra-estrutura nestepaiz!
Jesus Cristo acolha essas almas, acalenta os familiares e tende piedade de nós!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Thank´s Al Gore, compartilhamento, cachorro e respeito, etc

Copiando Madonna: Obrigada Al Gore!
Graças a Al Gore ficamos sabendo essa verdade tão inconveniente. Na verdade a gente já sabia, ainda mais tendo Xuxa como representante algoreana no Brasil (isso que é renascer das cinzas), mas só o filme não bastou. Então, o Pop reunido [jamais será vencido!] na megaliga Live Earth, reunido por Al Gore é bom lembrar, anunciou, em meio à muita música (um recurso altamente eficiente, vide a performance de Madonna e a voz de Joss Stone), anunciaram a guerra do mundo contra o aquecimento global, e colocaram às massas no front, claro. Os que podem, vão comprar suas cotas de carbono (?), como o Red Hot, “que já se preocupa com as próprias emissões há anos”. Não consta na notícia quais emissões. Ah, Black Eyed Peas (o vocalista entrou com a bandeira do Brasil) lembrou que o Brasil produz a maior parte do oxigênio mundial com a Amazônia, etc etc.
Você já faz parte da campanha para "curar o planeta", sim curar!, afinal você é um super homem! Você está pronto para entrar para a história?
Depois de ver o compacto do show, o agradecimento de Madonna, tantos pops engajados, é bom dar uma volta para curar o cérebro de uma possível neurose coletiva.

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Pô, até o Metallica?

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Em um dos shows, não me recordo se foi o The Police, tocaram Another Brick In The Wall.... não combinava com aquela massa...

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Então, que dólar que nada, a nova moeda será cotas de carbono. E haverá bolsa para negociação das cotas. Os reles mortais que continuem separando lixo.

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Por falar em neurose coletiva, no programa global Fantástico, às vezes escuto, de ontem parei para ver aquela reportagem do mundo de Valentina (que ainda está no ventre) terá ao nascer e no futuro, etc etc. Não assisti ao episódios anteriores, mas ontem o que me chamou atenção foi a idéia apresentada do uso dos carros: o compartilhamento. O compartilhamento significa que o carro, um bem altamente poluidor e a causa dos congestionamentos, não será mais propriedade privada e condição de status, de vaidade, de individualismo. mas será um bem da coletividade, portanto, compartilhados com as demais pessoas que precisam: onde caberia um, cabe cinco, o problema do trânsito estaria resolvido, do altruísmo também. Uma idéia aparentemente do bem, mas que tem na verdade outro nome e uma filosofia bem mais complexa.

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Eu já escolhi, quero compartilhar o carro da Glória Maria. Os sapatos e as bolsas dela também.

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Por que uma pessoa que tem ou comunga de uma idéia dessas – do “compartilhamento” (obrigatório) – precisa esperar que o carro deixe de ser um bem privado e passe a ser público para dar carona ao, sei lá, vizinho? Por que as pessoas se preocupam tanto em separar o lixo reciclável (não estou dizendo que isso não é bom, eu separo lá em casa), e mal cumprimentam seu vizinho? É o que acontece no meu condomínio. Chego no ponto de ônibus e dou um bom dia, às vezes obtenho respostas audíveis. Às vezes tenho vontade de gritar: puta merda, custa alguém me responder por educação?

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Eu começo a entender na prática a idéia de se fazer escolhas cujo principal critério é o do gosto ou não gosto tão somente. Mataram por envenenamento o cachorro da família - o Simba, que era mais da minha mãe. Um guaipeca muito querido, grande, bobo e desengonçado, bebê ainda, não era “de madame”. Alguém não gostava dele, não importa se a gente gostava, não importa a minha mãe ter ficado mal até o outro dia. Não importa o dever do respeito. Podem pensar que foi a morte de um cachorro apenas. Não, porque não era só um cachorro, foi a falta de respeito, de consideração com o outro e sua coisa. Ao menos lá alguns vizinhos foram levar solidariedade e lamentar o ocorrido.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Quase-doida

Um dia e meio, um dia e meio para fechar o balanço e o financeiro nem fechou os lançamentos ainda! É a minha amiga que reclama, todo mês ela reclama. Ela tema fama de reclamona porque não fica indiferente ao que não é indiferente. É do tipo, reclama mas faz. A diferença é que agora tem carrega um serzinho, que já é meu afilhado. Serzinho não, já está um serzão.

E ficam as duas numa espécie de terapia em grupo de dois, de duas: amiga essa vida de contadora não é fácil, não é a toa que já ouvi por aí que contadores sofrem do coração. Aparentemente não há muita lógica contador morrer do coração, porque contador aparenta não ter muito coração, mas tem! E morre por causa disso!

E eu contei pra ela que no livro que estou lendo - Três Alqueires e Uma Vaca, de Gustavo Corção, cita Chesterton (Orthodoxy): "Os matemáticos e os contadores muitas vezes ficam doidos." E não é para ficar? Segundo Corção, Chesterton lembrava Nietzsche, e eu lembrei disso porque não desejo ficar doida.

O bebê da minha amiga a salva dessa vida a cada chute, e por isso ele chuta tanto! Terei que providenciar um filho logo, para ele me chutar me lembrando de não ficar doida! Ai, ai, esse meu senso prático... Aí, no planejamento, percebi que não poderia parir entre janeiro e maio. Parei: então a mulher contemporânea tem q programar filho conforme a agenda de trabalho!?!? Isso não é um ABSURDO?!? É um absurdo sem tamanho! E eu quero ganhar em fevereiro ou março e não quero nem saber, só não sei exatamente em que ano. Aliás, imagino (porque saber mesmo, só Deus sabe), mas não quero contar.

E não pensem que estou revoltada, nananinanão. Eu não sou revoltada. Hoje estou com pés fincados no chão (vai ver é isso, pés demais no chão) e a cabeça batendo no céu, e eu desejo a saúde de espírito, já que deixar de ser contadora não será a solução.


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E sobre a parte do Corção citando Chesterton está aqui:
Para não ser doido.