terça-feira, 3 de julho de 2007

Quase-doida

Um dia e meio, um dia e meio para fechar o balanço e o financeiro nem fechou os lançamentos ainda! É a minha amiga que reclama, todo mês ela reclama. Ela tema fama de reclamona porque não fica indiferente ao que não é indiferente. É do tipo, reclama mas faz. A diferença é que agora tem carrega um serzinho, que já é meu afilhado. Serzinho não, já está um serzão.

E ficam as duas numa espécie de terapia em grupo de dois, de duas: amiga essa vida de contadora não é fácil, não é a toa que já ouvi por aí que contadores sofrem do coração. Aparentemente não há muita lógica contador morrer do coração, porque contador aparenta não ter muito coração, mas tem! E morre por causa disso!

E eu contei pra ela que no livro que estou lendo - Três Alqueires e Uma Vaca, de Gustavo Corção, cita Chesterton (Orthodoxy): "Os matemáticos e os contadores muitas vezes ficam doidos." E não é para ficar? Segundo Corção, Chesterton lembrava Nietzsche, e eu lembrei disso porque não desejo ficar doida.

O bebê da minha amiga a salva dessa vida a cada chute, e por isso ele chuta tanto! Terei que providenciar um filho logo, para ele me chutar me lembrando de não ficar doida! Ai, ai, esse meu senso prático... Aí, no planejamento, percebi que não poderia parir entre janeiro e maio. Parei: então a mulher contemporânea tem q programar filho conforme a agenda de trabalho!?!? Isso não é um ABSURDO?!? É um absurdo sem tamanho! E eu quero ganhar em fevereiro ou março e não quero nem saber, só não sei exatamente em que ano. Aliás, imagino (porque saber mesmo, só Deus sabe), mas não quero contar.

E não pensem que estou revoltada, nananinanão. Eu não sou revoltada. Hoje estou com pés fincados no chão (vai ver é isso, pés demais no chão) e a cabeça batendo no céu, e eu desejo a saúde de espírito, já que deixar de ser contadora não será a solução.


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E sobre a parte do Corção citando Chesterton está aqui:
Para não ser doido.

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