domingo, 30 de maio de 2010

A tal lei da felicidade

Se a tal "lei do direito a felicidade" passar (é tão petéticamente romântica que corre o risco de ser aprovada mesmo), a Constituição Federal vai ficar mais bonita, quase um livro de poesia, o Estado terá que garantir o "ingarantível". Para cumprir - nem que seja no marketing - a demanda de felicidade, vai precisar muito mais burocratas, quem sabe aperfeiçoar a pesquisa do IBGE, etc, quem sabe até vai precisar de um Ministério da Felicidade (Santo Deus! a idéia não é minha, mas daquele ator que teve a infelicidade de ser traído - dizem as revistas de fofoca - pela (ex)esposa atriz). Se o Estado for feliz na sua tarefa, significará que algumas pessoas vão determinar o que é ser feliz e o precisamos para sermos felizes, independente da nossa vontade ou do que entendemos por felicidade. Ora, felicidade para mim e mais um montão de gente é ter menos Estado (outro montão de gente) se metendo a controlar o indivíduo e a sociedade, ou seja, é menos Estado (ter presença eficiente do Estado no que é essencial). Ou seja, para o Estado gerar felicidade a todos, será necessário menos Estado. Quanto mais agigantado o Estado, maiores as chances de infelicidade. E daí que em outros países existe direito a felicidade na constituição? Cada um no seu quadrado. E parece que a realidade do Brasil é botar tudo na conta do Estado, o grande pai dos bolsos falsamente cheios. Também parece que os artistas (especialmente os de tevê, notórios da grande massa) ganharam um status superior de importância e autoridade em assuntos dos mais diversos, daí que uma idéia idiota pode se passar por uma "brilhante idéia". Particularmente, prefiro artistas com idéias brilhantes nos seus respectivos meios, mas na sobra de artistas e na falta de palcos... E depois dizem por aí que é um projeto autônomo da sociedade civil... aham, sei. Por definição, não creio na autonomia de projetos tão coletivos assim. A sociedade civil tem mais o que fazer, tá correndo atrás de sobreviver e nas horas vagas quem sabe pensar na felicidade (quem pensa muito na felicidade não é feliz, ui!, ocorreu-me esta frase de auto-ajuda de cabeceira). Veio-me à memória que "Em busca da felicidade"é um bom filme para pensar no assunto (mas acho que para os burocratas-da-felicidade-alheia aquilo é a anti-felicidade, barbaridade). Em suma é o que todos os livros de auto-ajuda dizem, embora eu não os leia: a felicidade depende de você. Se o Estado (um montão de gente planejando burocraticamente sua felicidade!) não atrapalhar, tanto melhor.

domingo, 9 de maio de 2010

Ser Mãe...

Meu primeiro dia das mães... nunca imaginei quão importante seria esta data para mim.
Posso sentir e saber agora um pouco do que minha mãe sentiu e passou, mas (disse isso à ela) ela estará sempre na minha frente, quando eu sou mãe, ela é avó...
Tudo que descobri nesta missão de ser Mãe até agora, sintetizei em algumas frases (clica na figura para ampliar).

sábado, 1 de maio de 2010

Neste dia laico que virou sagrado...

Bem hoje que eu precisava sair para fazer umas comprinhas no comércio (aquecedor, máquina centrífuga de roupas, inalador, estas coisas que quase todo sulista precisa), é feriado de primeiro de maio, esta data laica que virou um dia sagrado... Eu tinha esquecido, também, tô de licença ainda. O ainda é importante, quando digo que estou em licença maternidade todo mundo se espanta, 7 meses, uau! Quase me sinto na Suécia. Taí, acho que no primeiro de maio deveriam pedir (já que é dia de pedir muitas coisas) 12 meses de licença maternidade para todas as mulheres, inscritas ou não na previdência... ah e daí vão lembrar que o INSS não suportaria, que muitas mulheres vão ter filhos adoidado (aham...) só para receber benefício, etc, etc. Claro que o Tesouro suporta, já suporta tantas políticas... (sem mais comentários), e depois o número de filhos por mulher está diminuindo - na verdade já é baixo, não há uma cultura pró-filhos (o carpe diem atual não contempla bambinos) e se é para ter filhos, logo pessoas, que sejam pessoas melhores colocados no mundo. Colocados mesmo: em vez de colocar o bichinho aos 4 meses numa creche (que dó!!! e eu quase não sou de ter pena), fica mais tempo com a mãe e vai mais tarde quando está mais preparado. Vi na tevê os sindicalistas (nos intervalos uma música duvidosa e uma apresentadora chata) pedem redução da jornada de 44 para 40 horas (desanimei, achei que fosse para 36h!) e mais direitos (não sei quais "mais direitos"), põe na pauta aí, licença maternidade de 12 meses companheiro!!! e sem esta história de deduzir do lucro, é benefício para todas as mães. Mais mães presentes com os filhos, mais chance de filhos melhores para o mundo. Que ironia, tem que começar a pedir o contrário, antigamente protestavam para que as mulheres pudessem trabalhar e agora tem que protestar para que possam ficar em casa cuidando do bebê por mais tempo. Eu sei, isso de ficar cuidando dos filhos em casa sendo bancada pelo Estado dá arrepio em alguns liberais e não sei se causa sensibilidade política para os adoradores do Estado-Pai. Ocorre que nem toda política, embora pareça anti-liberal (eu preciso aprender as novas regras do novo Português), é ruim sendo bancada pelo Estado (pelos contribuintes), há algumas políticas que o Estado, e não precisa ser um Estado assistencialista / populista para isso, precisará bancar, pois do contrário não há quem banque. Lógico que estou dizendo de uma forma geral e alguém poderia perguntar por que o Estado deveria bancar a licença maternidade maior para as mulheres. Por vários motivos, vamos ver se consigo sensibilizar com alguns (baseado no bom senso):
- 4 ou 6 meses ainda é pouco para um bebê ir para a creche, é muito pequeno, dependente da mãe e mais suscetível a viroses e doenças;
- a mãe precisa amamentar sua cria;
- atualmente as mulheres praticamente são obrigadas a trabalhar para ajudar no sustento da família, é preciso uma compensação para que possam parar de trabalhar sem que se prejudiquem financeiramente;
- filhos mais bem cuidados e por mais tempo, pessoas melhores (probabilidade);
- creches públicas há muitas crianças juntas e muitas vezes não têm estrutura; creches pagas são caras; nas duas o cuidado não é exclusivo, que psicologicamente é melhor para o bebê, e não têm a qualidade dos cuidados de uma mãe zelosa e carinhosa;
- só a mãe sabe como dói ver o bebê chorando sentindo sua falta, só a mãe sabe a saudade do seu filho tão pequeno, ainda tão dependente (ok, este item pode ser retirado, é demasiado emotivo, embora real).
Como isso ocorreria na prática eu não sei, os técnicos que pensem. E tem mulher que não aguenta ficar em casa cuidando do filho, pois se quiser que volte ao trabalho, ninguém vai obrigá-la a ficar na ma-ra-vi-lho-sa rotina de amamentar, trocar fralda, dar banho com produtos cheirosos, arrancar sorrisos, acompanhar etapas do crescimento e vibrar quando ele consegue pegar o pé, ajudá-lo a ficar sentado, fazer papinhas e comer o que sobra... (eu poderia elencar n situações aqui)
Se é dia para reivindicar direitos, reivindico o direito das mães poderem cuidar dos seus bebês e os filhos terem suas mães, ambos por mais tempo.
(Pensando bem issto é uma anti-política ou uma política politicamente incorreta e nenhum progressista vai propor uma coisa dessas que corre o risco de colocar mais gente no mundo e de deixar a mulher em casa como nos idos do patriarcado. Pensando bem, é uma política conservadora e conservadores não sobem no palanque no 1º de maio.)