quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Deus escreve certo em linhas tortas (post como um papo qualquer)

A gente ouve por aí, nos ônibus, nas ruas, nos corredores de condomínio, que Deus escreve certo por linhas tortas. Ouve e fala. Estes dias eu falei à minha manicure este adágio da massa, como quem tenta um "fecho de ouro" para minha história dos últimos dias. E ela me deu um sermão! Mas que Deus escreve certo por linhas tortas! Deus escreve certo por linhas certas! E me explica... Minha manicure, Cristã Batista, no seu modo simples é dessas que dá para conversar assuntos interessantes e mais profundos que a última capa de “Caras”. Parei para pensar: Deus realmente escreve certo e faz tudo com perfeição (considerando-se que Deus é perfeito e esta perfeição não é questionada). Logo as linhas tortas são a condição do próprio homem e esta tortuosidade é perfeitamente cabível dentro da perfeição Divina e do plano perfeito de Deus para nós. Então pensei que o ditado poderia ser “Deus escreve certo em linhas tortas”. Esta foi a minha réplica. Convergimos. A tréplica foi unhas perfeitamente feitas e pintadas.
Acerca das mudanças dos últimos dias, o que está me deixando afastada da net e das leituras que gosto (minha “diversão” tem sido estudar um imenso manual de contabilidade...) é a confirmação do que o populacho diz por aí, não que Vox populi, vox Dei, pelo menos não necessariamente. É que quando a gente reza o Pai Nosso (eu pelo menos, quando rezo), tende a engasgar em duas partes: na “seja feito a Vossa vontade” e “assim como nós perdoamos ”. Entrega e perdão, verdadeiros; não sei se há coisa mais difícil e aí está a razão da nossa felicidade... Bem, a gente entrega-mas-não-entrega e daí quando as coisas acontecem, os crentes dizem isso mesmo que Deus escreve certo.. etc, etc. Quando eu resolvi entregar para a graça de Deus uma certa intenção, eu pedia por outra pessoa. E daí que a graça vem pra mim! Logo eu que não pedi para que eu mudasse, que estava segura nas minhas escolhas! O pensamento, esta coisa belíssima e dificílima de controlar, me aparece na mente: Ó Pai, com todo respeito, Tu ta de sacanagem! Na verdade o homem tem um medo imenso do amor de Deus, justamente porque Ele nos surpreende. Sabe Deus o que Ele vai fazer de nós, tchê? E daí, depois de anos de catequese, com uns buracos de afastamento no meio, eu entendi um pouco o que quer dizer aquela primeira parte em que engasgo ou que dizia muitas vezes sem perceber o sentido. Que coisa... Claro que os anos de catequese não foram perdidos, mas chega um momento em que se começa a relacionar as coisas, simples ou mais profundas, e a perceber na vida real a presença deste imenso amor. E parece que a alma sai do raso. E eu acho que é isso que salva o homem da massa semovente e sobre a experiência de ser massa eu falo outro dia. Nestes momentos, só Deus me salva por dentro.

2 comentários:

Leonardo Costa Motta. disse...

Parábens pelo blog. A indicação do livro "Um olhar que cura: terapia das doenças espirituais" do Pe. Paulo Ricardo é ótima. Teu blog é mais um exemplo de que há seres pensantes, no Brasil. A verdade não é fácil de ser obtida, mas o mais díficil é defendê-la numa sociedade moderna como a nossa.

R. B. Canônico disse...

Caramba, gostei muito desse post.

A sensação que eu tenho, e cho que é assim mesmo, é que, para recebermos um abraço do Pai, daqueles bem gostosos, precisamos dar um salto antes.

E isso causa medo. É preciso te rmuita confiança - a tal da fé... - para dar esse salto... mas depois vem a segurança!

Tenha uma ótima semana!