sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A misericórdia dos modernos

A misericórdia dos modernos acolhe os desesperados na falsa caridade, oferecendo-lhes com ternura, com os mais nobres sentimentos e aparente sensatez, o que há de pior. É maldade pura, é lobo em pele de cordeiro. A famosa e tão usada frase "ser firme sem perder a ternura jamais" do mais reproduzirdo dos rostos latinoamericanos - Che Guevara - não poderia ser tão certeira: dureza e frieza nos métodos, mas com aquele ar terno, afetuoso, quase cute. É o contrário do bom pai que com dor no coração precisa castigar um filho, ou sendo amoroso, não perder a noção dos limites, a vigilância no bem.
Um exemplo desta "misericórdia" é a idéia estúpida do aborto na saúde pública. Leio a notícia sobre a posição da candidata Dilma Roussef sobre o aborto: o aborto deveria estar disponível para as mulheres, sobretudo, as mulheres pobres que recorrem a ele “no desespero”. Então, a mulher no desespero procura um caminho e há somente uma porta com uma plaquinha onde diz "morte". Morte do bebê (ou feto, que seja, é vida) e do sentido da própria vida da mulher. Na falta de luz no fim do túnel, dê graças porque há um túnel... escuro! Sem falar que para mulheres pobres, o que no fundo é um preconceito.
Enfim, não sei se é um sinal dos tempos, mas é um sinal de decadência, ah é. É uma abstração. É a morte.
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Ainda: Vídeo de Dilma sobre o aborto.

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