Na última viagem em que fizemos de carro, várias paradas em banheiros de postos de combustível e de restaurantes de beira de estrada. Em todas, tinha a mesma preocupação de entrar sozinha num banheiro solitário e ser atacada por um tarado. Coitado do marido que ficava de olho nas crias e na mulher! Que tempos, que sensação de insegurança, e nem é síndrome do pânico!
Numa das paradas, chamou-me a atenção a notícia da mulher estuprada dentro de um ônibus, à vista de todos... que tempos! Primeiramente, eu sei, eu sei que falar depois do ocorrido e de longe é fácil. Ocorre que vendo a notícia e sendo mulher, não tem como não ficar estarrecida não somente diante da crueldade, mas do fato de que ninguém tentou defender a mulher (pelo menos não foi noticiado se houve tentativa de), talvez todos tenham ficados tão estarrecidos quanto os telespectadores, e por isso paralisados, talvez. Será que diante da maldade é só o que sabemos fazer, ficar estarrecidos, indignados, enfiar o medo entre as pernas e paralisar como uma forma de defesa? Cadê a coragem masculina que um dia defendia os frágeis?
Passam pela cabeça muitas perguntas: para onde caminha a humanidade? Por que tanta crueldade? Onde foi parar a coragem? Vamos virando um bando de cagões?
O mundo não é bão, Sebastião!
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